quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

ENERGIA DO HIDROGÉNIO




O hidrogénio é o constituinte mais abundante no universo podendo assim vir a tornar-se no combustível do futuro.

Este elemento químico permite, através de pilhas de combustível, (Fuel Cells), produzir electricidade e retornar vapor de água, eliminado a emissão de gases de efeito de estufa para a atmosfera.

O maior entrave à utilização do hidrogénio é o facto deste nunca se encontrar isolado na natureza, pois encontra-se sempre combinado com outros elementos: oxigénio, carbono, etc. Exemplo disso é a água, o metanol, a gasolina, o gás natural etc. É devido a este facto que a utilização do hidrogénio se torna mais complexa.

Uma vez que este composto é um gás à temperatura ambiente, e liquido a -250 ºC, o seu armazenamento torna-se complexo, implicando altos custos.

Face a este problema, a maior parte das pilhas de combustível, utilizam outros compostos (entre eles fontes fósseis, água, biogás, organismos fotossintéticos etc.), dos quais extraem o hidrogénio.

Para isto, tem de se possuir uma unidade para reformar o combustível e extrair o hidrogénio, processo que embora mais eficiente que a combustão dos combustíveis fósseis liberta gases de efeito estufa, em quantidades mais baixas é certo. A solução actual passa pela utilização de vários combustíveis, sendo a utilização do hidrogénio puro o objectivo final, pois e aquele que nos pode trazer uma solução duradoura para a economia mundial.





Pilhas de Combustível


As pilhas de combustível são sistemas electroquímicos que convertem a energia de uma reacção química directamente em energia eléctrica, libertando calor.
Estas pilhas funcionam como as baterias primárias, mas tanto o combustível como o oxidante são armazenados externamente, permitindo que a pilha continue a operar desde que o combustível e o oxidante (oxigénio ou ar) sejam fornecidos.



Armazenamento


O hidrogénio tem sido armazenado com segurança, a granel, em unidades industriais
durante muitas décadas. Pode ser armazenado em cavernas subterrâneas ou em tanques a alta pressão. O desafio principal é fornecer capacidade de armazenamento suficiente em aplicações automóveis que permita uma ordem de tracção comparável com um espaço de armazenamento aceitável.Visto que é um gás à temperatura ambiente e Líquido, a –250ºC, levanta questões técnicas enormes para ser armazenado.

No entanto, já existem soluções no campo em veículos com depósitos de hidrogénio líquido a -250ºC. Empresas, como a BMW, General Motors, Toyota, Nissan, Renault, Volkswagen, Mitsubishi e Hyundai possuem já protótipos, o que representa um sinal do grande volume de dinheiro que os fabricantes investem no aperfeiçoamento desta tecnologia.

A grande questão reside no modo de fornecimento do hidrogénio ao consumidor final e no seu armazenamento sob essa forma. A mudança para uma economia baseada no hidrogénio tem obrigatoriamente de passar pela solução do problema do armazenamento, pois soluções cujos subprodutos sejam gases de efeito de estufa ou que o combustível seja o tradicional, não contribuem em nada para a solução do problema ambiental e energético mundial.


Vantagens:

É uma energia abundante no planeta, principalmente na forma de água. Possui também um alto poder energético e uma combustão "Limpa", libertando principalmente vapor de água.

Desvantagens:

Envolve uma grande complexidade no que respeita ao seu armazenamento e implica muitas vezes a utilização de outros combustíveis de origens fosseis no seu processo de extracção e consequente libertação de gases poluentes para a atmosfera.

EM PORTUGAL:

Em solo nacional, As células de combustível não passam ainda de projectos ou investigação a nível dos Institutos de Investigação ou Departamentos universitários. Destacam-se neste panorama o INETI (Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial), o IST (Instituto Superior Técnico) o INEGI (Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial) e a faculdade de Engenharia do Porto.

De todos os projectos levados a cabo nestas instituições, a que tem mais relevância é o Projecto CUTE (Clean Urban Transport for Europe), cujo objectivo é desenvolver e demonstrar um sistema de transporte “amigo do ambiente” que, incluindo a respectiva infra-estrutura energética. O projecto consiste num total de 27 autocarros que circularão no Porto e que serão construídos pela EvoBus, baseados no modelo Citaro da Mercedes Benz. A alimentação é constituída por uma pilha de combustível do tipo PEMFC com uma potência de 250 kW, que juntamente com o restante do sistema está montado no tecto do autocarro.

Embora jovem ainda a dar os primeiros passos, a solução do problema ambiental e energético mundial, passa de certeza por este tipo de tecnologia.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

ENERGIA DA BIOMASSA







A biomassa é todo o tipo de material orgânico utilizado na produção de energia a partir de processos como a combustão.

Podemos então considerar várias fontes energéticas de origem biológica:


- Biomassa sólida

- Biocombustíveis gasosos

- Biocombustíveis líquidos



Biomassa sólida

Tem como fonte da combustão da madeira proveniente da agricultura, florestas, industrias e alguns resíduos urbanos. O seu aproveitamento energético é realizado por combustão directa.
Por um lado, este processo de obtenção de energia é um processo limpo, não emitindo certos gases e poeiras que os combustíveis fósseis emitem.

Mas por outro lado, o seu poder calorífico é menor. Uma vez que este tipo de combustão necessita de grandes quantidades de matéria orgânica, gera também dificuldades ao nível do seu armazenamento.



Biocombustíveis gasosos: Biogás



Tem origem nos efluentes agro-pecuários, da agro-indústria e urbanos (lamas das ETAR’s) e ainda nos aterros de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos).

A sua obtenção faz-se a partir da degradação biológica anaeróbia da matéria orgânica obtendo-se uma mistura gasosa de 60% de metano e 40% de dióxido de carbono (biogás), aproveitado energeticamente através da sua queima para obtenção de energia térmica ou eléctrica.



Biocombustíveis líquidos

Os Biocombustíveis podem ser utilizados na substituição total ou parcial dos combustíveis de origem fóssil. Exemplos: Biodiesel, etanol metanol.

É de salientar que neste tipo de combustíveis, as tecnologias para conversão em energia final são essencialmente as convencionais da indústria automóveis: motores onde é queimado directamente o biocombustível.

No caso do Biodiesel, obtido principalmente a partir de óleos como o do girassol, tem uma percentagem até 30%, sendo possível em motores de Diesel convencionais, sem implicar alterações. Pode também ser utilizado com concentrações até 100% em motores especialmente preparados para o efeito.

O Etanol é Produzido a partir da fermentação de hidratos de carbono (açúcar, amido, celulose), com origem em culturas coma a cana-de-açúcar ou por processos sintéticos. No entanto existem algumas desvantagens ainda não ultrapassadas na produção deste tipo de biocombustível como libertação CO2, ozono, gases de nitrogénio e de enxofre (responsáveis pelas chuvas ácidas) e outros.

O Metanol é produzido através do aquecimento da biomassa em presença de oxidante, (ar ou oxigénio), do qual se obtém um gás combustível composto de monóxido de carbono, hidrogénio e outros. É Deste gás, que através da acção de catalizadores, se pode obter o metanol.




Vantagens:
É uma energia bastante económica devido à sua fácil obtenção e que permite, por outro lado, atribuir um "destino ecológico" aos desperdícios produzidos pela nossa sociedade.

Desvantagens:
Embora esta energia seja renovável, implica a libertação de dióxido de carbono para a atmosfera, para além de possuir um poder calorífico mais baixo que o petróleo.
Esta energia pode também acarretar dificuldades a nível do armazenamento, pois implica grandes quantidades de matéria orgânica na sua produção.

EM PORTUGAL:

Biomassa Sólida

No que diz respeito a matéria-prima, o nosso pais possui um grande potencial visto que o território Português é coberto por cerca de 40% de floresta.

No entanto, este facto não significa de todo o panorama actual do aproveitamento do potencial da Biomassa florestal, que se traduz pelo comum abandono destas áreas florestais, o que torna assim difícil de quantificar o verdadeiro potencial energético deste recurso.

Existem também outros entraves ao recurso a este tipo de energia como a falta de equipamentos para sistemas de recolha apropriado, falta de uma estrutura do sector, falta de tratamento e apoio fiscal etc.

Biocombustíveis gasosos: biogás

Actualmente existe em Portugal cerca de uma centena de sistemas de produção de biogás, na sua maior parte proveniente do tratamento de resíduos agro-pecuários e destes cerca de 90% são suiniculturas.

Este tipo de combustível, para além de resolver os problemas de poluição destas indústrias, pode tornar uma exploração agro-pecuária auto-suficiente em termos energéticos. Os efluentes sólidos resultantes podem ser ainda aproveitados como adubo.

O biogás representa actualmente cerca de 3% do consumo energético nacional, existindo no entanto um potencial muito maior por explorar.

Porém, um baixo rendimento em produção de electricidade que prejudica assim a amortização dos investimentos, entre outros factores, contribuem para a fraca aceitação deste processo energético.

Biocombustíveis líquidos

Em Portugal, existem apenas alguns projectos de utilização do Biodiesel em marcha, nomeadamente na área dos transportes públicos e pouco mais, no que se traduz na tão baixa percentagem de utilização deste tipo de combustível (cerca de 10%).

Esta fraca produção e utilização dos biocombustiveis líquidos reside essencialmente na baixa produtividade agrícola Portuguesa. Mas factores como o elevado custo na recolha e transporte da matéria-prima, instabilidade de preços etc., torna este tipo de combustível pouco competitivo em relação aos convencionais de origem fóssil.


ENERGIA HÍDRICA




A energia hídrica é proveniente de um recurso de grande potencial energético e principalmente de extrema importância para o ser humano. Encontra-se presente nas montanhas, nos rios, no mar: estamos a falar da água.
O aproveitamento deste recurso energético pode ser subdividido, por um lado a energia das ondas e marés, e por outro lado as barragens hidroeléctricas, normalmente associadas a empreendimentos de maiores dimensões.





Energia das Ondas


Actualmente a energia das ondas é uma das formas de energia dos oceanos que apresenta maior potencial de exploração, tendo em conta a força das ondas e a imensidão dos oceanos.
Em ambos os casos a energia é obtida do movimento da água e de extensão praticamente ilimitada.
Actualmente existe uma grande variedade de dispositivos de extracção de energia das ondas, ainda não existindo uma tecnologia dominante.






No entanto podem-se distinguir dois grupos:



Sistemas na costa


Normalmente localizados em águas pouco profundas (8 a 20 metros de profundidade), apoiados directamente na costa, ou próximos dela. São por vezes considerados de primeira geração, por serem praticamente os únicos que atingiram a fase de protótipo.O sistema de coluna de água oscilante é o tipo mais bem sucedido, já em excussão experimental na ilha do pico.
A tecnologia envolvida é relativamente convencional. A peça de equipamento mais específica é uma turbina de ar que acciona um gerador eléctrico.




Sistemas em águas profundas


Situados normalmente em profundidades de 25 a 50 metros de profundidade. Têm sido estudados dispositivos muito variados, sem que se imponha um mais vantajoso e promissor que os outros. Em geral o órgão principal é um corpo oscilante flutuante ou, mais raramente, totalmente submerso. O sistema AWS, com tecnologia essencialmente holandesa, é um dos raros que atingiram a fase de construção de protótipo.


Vantagens:
A principal vantagem deste sistema é o fácil transporte da energia para terra e também a fácil manutenção.

Desvantagens:
A localização depende dum conjunto de factores geomorfológicos da costa, na maior parte dos casos inexistente. Estes sistemas apresentam também um elevado grau de complexidade assim como um significativo impacto visual.



Barragens hidroeléctricas


Em relação às barragens hidroeléctricas, este tipo de exploração, não é por vezes enquadrada nas energias renováveis uma vez que pode ter alguns impactos negativos no meio ambiente e no ecossistema fluvial.A energia disponível resulta da transformação da energia potencial de uma Massa de água em energia cinética. Esta energia cinética da água provoca a rotação de uma turbina hidráulica, e esta energia mecânica da turbina finalmente em energia eléctrica, um processo de alto rendimento.
A disponibilidade anual deste recurso depende da quantidade de água disponível para mover as turbinas, sendo factores determinantes a pluviosidade, o regime de funcionamento e de elaboração (com ou sem armazenamento) e a bacia hidrográfica.


Vantagens:

como já referido acima, este é um processo de extracção de energia de alto rendimento (cerca de 80%).

Desvantagens:

Apresenta impactos negativos no meio ambiente e no ecossistema fluvial, implicando também grandes investimentos.


EM PORTUGAL
:

Em Portugal o potencial de aproveitamento de energia hídrica está distribuído por todo o território nacional, com maior concentração no Norte e Centro do país. No entanto, é preciso não esquecer que a produção deste tipo de energia está directamente dependente da chuva. Quando a precipitação é mais abundante, a contribuição destas centrais atinge os 40%. Pelo contrário, nos anos mais secos, apenas 20% da energia total consumida provém dos recursos hídricos.

Em relação à energia das ondas, As zonas costeiras portuguesas (em especial a costa ocidental do continente e as ilhas dos Açores) têm condições naturais entre as mais favoráveis em qualquer parte do mundo para o aproveitamento deste tipo de energia: recurso naturalmente abundante devido às características costeiras do território nacional; plataforma continental estreita o que significa que existem águas profundas na proximidade da costa, consumo e rede eléctrica concentrados junto à costa do continente.

No entanto existem uma série de barreiras ao desenvolvimento deste tipo de energia renovável:


- A passagem da fase de ensaios em laboratório para a fase de protótipo em mar real é fortemente dispendiosa, requer uma longa preparação e envolve riscos de vária ordem.

- O desenvolvimento dum sistema do tipo em questão, passando pelo projecto construção e operação de protótipo envolve inúmeros recursos.

- A escassa experiência portuguesa em tecnologia pode implicar uma forte dependência de tecnologia estrangeira no desenvolvimento destes sistemas.


ENERGIA GEOTÉRMICA





A energia geotérmica é aquela que está acumulada no interior da terra que é transmitida para a crosta, onde pode ser então aproveitada pelo ser humano.


Este recurso está associado a varias áreas:



- Actividade vulcânica, sísmica ou magmática (Temperaturas superiores a 150 ºC), que possibilitam a produção de energia eléctrica.



- Circulação de água de origem meteórica em falhas, rochas porosas, géisers, etc., (Temperaturas inferiores 100 ºC), que possibilitam de o aquecimento de ambientes como pisciculturas e processos industriais.



- Estancias termais que podem ser aproveitadas para fins terapêuticos ou mesmo de lazer.





Vantagens:


Prático - Uma solução global e integrada para:
- Aquecimento
- Arrefecimento
- Águas Quentes e Sanitárias
- Aquecimento da Piscina

Económico - consumo incomparavelmente
mais económico já que a energia captada
é completamente gratuita e o investimento
rapidamente recuperado:
- Por cada 1kW que paga = 3,5 a 6,5 kW consumidos
- Não necessita resistência de apoio
- Renovação garantida

Simples - Não há armazenamento de combustível, não necessita de chaminé, sem regulações complicadas,
quase invisível.

Confortável - A climatização é assegurada por pavimentos ou tectos radiantes por tubagem capilar
em PPR, ou por radiadores em construções já existentes, e pode sê-lo também por ventilo - convectores.

Ecológico - Exclui todos os inconvenientes desagradáveis dos combustíveis tradicionais: sem combustão, sem
cheiros, sem fumo, sem contaminação, etc...


EM PORTUGAL:

Em Portugal continental existem essencialmente aproveitamentos de baixa temperatura ou termais, exemplos disso são os aproveitamentos em Chaves e S. Pedro do Sul a funcionar desde a década de oitenta.

É no entanto no arquipélago dos Açores que esta fonte de energia ganha uma maior expressão, onde actualmente estão inventariados, segundo dados oficiais, 235,5 MWt. Só em São Miguel, a energia produzida por esta fonte representa cerca de 25% da electricidade consumida na Ilha.


ENERGIA NUCLEAR





Outra grande forma de energia é a nuclear – energia presa dentro do núcleo de cada átomo. Uma das leis da natureza é que a energia não pode ser criada nem destruída, mas apenas mudar a forma.

A energia nuclear apresenta duas formas: a fissão e a fusão, sendo a primeira utilizada pelas centrais nucleares para produzir energia eléctrica.

Este tipo de energia, pode não ser enquadrada nas energias renováveis uma vez que implica a descarga de lixos radioactivos no ambiente, descarga esta, que é bastante perigosa porque pode reverter em danos quer para o Homem, quer para as restantes espécies e ecossistemas.





Fissão nuclear


O núcleo de um átomo pode ser separado e a fissão nuclear significa isto mesmo - separar o núcleo dos átomos. Quando isto acontece dá-se uma forte reacção química, libertando grande quantidade de energia luminosa e calorífica. Quando o núcleo do átomo é separado lentamente, a energia gerada pode ser transformada em energia eléctrica.
A fissão nuclear do urânio é a principal aplicação civil da energia nuclear. É usada em centenas de centrais nucleares em todo o mundo.
A energia calorífica resultante da separação nuclear pose ser usada para aquecer água e produzir electricidade. Assim, a energia nuclear é transformada em energia eléctrica.
A água quente é canalizada para outra secção onde vai aquecer tubos cheios de água de forma a produzir vapor. O vapor dá potência á turbina que ligada ao gerador cria energia eléctrica.





Fusão nuclear


Outra forma de energia nuclear é a fusão. A fusão significa juntar pequenos núcleos de forma a constituir um núcleo maior. O sol usa a fusão de átomos de hidrogénio para obter outro composto químico: o hélio.

A fusão nuclear liberta luz, calor e radiação




Vantagens:

A principal vantagem da energia nuclear obtida por fissão é a não utilização de combustíveis fósseis, não lançando na atmosfera gases tóxicos, e não sendo responsável pelo aumento do efeito estufa.

Desvantagens :

Para alem de implicar altíssimos custos na construção de infra-estruturas, a energia nuclear implica, no caso da fissão como já foi acima referido, a libertação de radiações e lixos radioactivos, perigosíssima quer o Homem, quer para o ambiente.


EM PORTUGAL:

Actualmente em Portugal encontra-se “aceso” o debate acerca do projecto de construção de uma central nuclear, estando ainda a decorrer estudos ambientais e económicos sobre da viabilidade este grande empreendimento, não estando ainda definidos nem data nem local para o começo da obra.

ENERGIA EÓLICA




A energia eólica e uma energia bastante rentável.

O Vento é originado pelo deslocamento de massas de ar e diferenças de pressão atmosférica, sendo o seu aproveitamento influenciado pela ortografia e relevo do solo.

Esta energia sempre foi aproveitada pelo homem ao longo da história, existindo hoje em dia vários tipos de tecnologias associados à sua exploração:



- Moinhos de vento

- Aeromotores

- Turbinas eólicas






Moinhos de Vento

São utilizados desde a antiguidade para moer cereais ou para bombagem de água. Existem muitos em Portugal, mesmo em funcionamento até aos dias de hoje.




Aeromotores

Principalmente usados para a extracção de água de poços, muito diversificados nos Estados Unidos e em aplicações do mesmo tipo em Portugal.


Turbinas Eólicas


É na actualidade, a principal tecnologia utilizada na conversão da energia eólica
em energia eléctrica

Existem essencialmente dois tipos de turbinas eólicas:



- De eixo horizontal: são o tipo de turbinas mais comuns, de accionamento por forças sustentadoras e aplicadas na maior parte dos parques de produção de energia eléctrica, bastante comuns em Portugal.

- De eixo vertical: baseiam-se num princípio semelhante as clássicas noras de água, onde a água chega perpendicularmente em relação ao eixo de rotação da nora. São Utilizadas na produção de electricidade.

Actualmente, a maior parte das turbinas eólicas são constituídas com três pás, no entanto existem também turbinas com duas ou apenas uma pá. A principal desvantagem, destas turbinas com duas ou uma pá é a menor estabilidade da turbina.



Vantagens:
Em geral, as principais vantagens deste tipo de energias, reside no seu fácil acesso, viste que apenas tem que existir vento.

Desvantagens:
Para a conversão da energia eólica, são necessárias torres, estas que precisam de estar localizadas em altitude, estando assim condicionadas pela morfologia do solo.
Outra das desvantagens, é a poluição visual e sonora que estas estruturas implicam.


EM PORTUGAL:


Em Portugal as centrais de energia eólica distribuem-se por quase todo o território nacional com cerca de 100 parques eólicos e 700 turbinas eólicas. No entanto só foram criadas condições (ainda que debilitadas) para um verdadeiro desenvolvimento deste tipo de energia nos últimos 5 anos com certos programas como o E4 ou o programa Energia.

Apesar deste potencial, existem uma série de barreiras que contribuem para o fraco desenvolvimento da energia eólica em Portugal:

- Qualidade a rede: Os locais de maior potência encontram-se em locais remotos onde as redes que os servem são fracas, o que implica a construção de novas linhas para existir um escoamento eficiente da energia, o que leva também ao aumento dos custos.

- Impacto ambiental: este tipo de energia tem alguns efeitos para com o ambiente como por exemplo o ruído, o impacto visual, já referidos anteriormente e mesmo a influência na fauna e flora dos locais onde “os moinhos de vento” são instalados.

- Também a burocracia é inimiga deste tipo de energia uma vez que os projectos de energia eólica são complexos, com critérios pouco explícitos e sem regras de organização entre as várias entidades envolvidas.


ENERGIA SOLAR




O Sol, a estrela do nosso sistema solar, situado a cerca de 150 milhões de quilómetros da Terra, fornece energia ao nosso planeta sob a forma de radiação com uma intensidade média de 1362 W/m2.

A radiação solar ao atravessar a atmosfera terrestre sofre absorções e reflexões. Parte da radiação solar que chega à atmosfera é reenviada para o espaço. No final, apenas cerca de 47% da energia que atingiu a atmosfera é absorvida pela Terra.


Esta radiação disponível à superfície terrestre divide-se em três componentes:








- Directa: a que vem "directamente" desde o disco solar;

- Difusa: a proveniente de todo o céu excepto do disco solar, das nuvens, gotas de água, etc;

- Reflectida: proveniente da reflexão no chão e dos objectos circundantes.



A soma destas três componentes é denominada como radiação global.





Conversão da energia



A energia solar pode ser utilizada de duas formas:




- Activa: transformação dos raios solares noutras formas de energia: térmica e Eléctrica ou Fotovoltaica.


- Passiva: utilização da energia para aquecimento de edifícios




Energia Solar Térmica Activa


Qualquer objecto exposto à radiação solar aquece. Simultaneamente, há perdas por radiação, convecção e condução, que aumentarão com a temperatura do corpo.

A uma determinada altura as perdas térmicas igualam-se aos ganhos devido a energia incidente, atingindo-se a temperatura de equilíbrio.

É possível mudar as condições do equilíbrio ao extrair-mos continuamente uma parte do calor produzido.Todas estas trocas energéticas são possíveis, utilizando um painel solar .


Vantagens:
Factores como a elevada poupança de energia, grande disponibilidade de tecnologia, fazem deste tipo de energia um dos mais comuns e vantajosos entre as energias renováveis


Desvantagens:
O elevado investimento inicial na


instalação dos painéis solares, é o maior entrave ao desenvolvimento deste tipo de energia.

Principais aplicações:
- Aquecimento de água para usos domésticos, industriais, piscinas etc.- Aquecimento ou arrefecimento de ambientes








Energia Solar Fotovoltaica Activa


A conversão directa da energia solar em energia eléctrica envolve a transferência da radiação incidente do sol (fotões) para os electrões da estrutura atómica de um painel fotovoltaico.

Durante a conversão da energia solar em eléctrica, dá-se um efeito chamado Fotovoltaico:


O efeito fotovoltaico é a emissão de electrões por um material, geralmente metálico, quando exposto a uma radiação electromagnética (como a luz). Ele pode ser observado quando a luz incide numa placa de metal, literalmente arrancando da placa electrões. Esse efeito é bem observado quando se coloca algum objecto de metal no microondas.


Os electrões que giram à volta do núcleo são aí mantidos por forças de atracão. Se a estes for fornecida energia suficiente, eles abandonam as suas órbitas. O efeito fotovoltaico implica que, normalmente sobre metais, se faça incidir um feixe de radiação com energia superior à energia de remoção dos electrões do metal, provocando a sua saída das órbitas.

Para obter uma corrente eléctrica é criada uma estrutura de separação dos portadores de carga, com a intervenção do campo eléctrico interno, antes de se recombinarem. Segue-se a extracção das cargas em corrente contínua para utilização.

Vantagens:
A quase total ausência de poluição para o ambiente, fazem desta energia uma das mais promissoras fontes de energias renováveis.


Desvantagens:
O seu baixo rendimento em conversão da energia solar em energia eléctrica como também os elevados custos de produção de painéis são as principais desvantagens desta fonte de energia.




Principais aplicações:


- Electrificação remota - fornecimento de energia eléctrica a lugares remotos
- Sistemas autónomos como bombeamento de água, sinalização, alimentação de sistemas de telecomunicações, entre outros
- Integração em edifícios
- Veículos - ainda em fase de investigação





Energia Solar Passiva



O calor resultante da radiação solar pode ser aproveitado para o aquecimento de edifícios sem necessidade de recorrer a sistemas activos que consomem energia.

Este aproveitamento é conseguido através da arquitectura do edifício combinando correctamente o aproveitamento dos raios solares ao longo do dia e do ano, a acumulação de calor na estrutura, o controlo do fluxo de calor através da estrutura do edifício e a ventilação natural.



Vantagens:
O baixo custo, como o bom planeamento e orientação do edifício que podem res
ultar consumos energéticos evitados até 40%.

Principais aplicações:
Quanto às possíveis aplicações, em qualquer edifício habitacional, de escritórios ou industrial, podem ser aplicadas soluções de eficiência energética e de energia solar passiva.




EM PORTUGAL:


Portugal é um dos países da Europa com maior disponibilidade de radiação solar. Uma forma de dar ideia desse facto é em termos do número médio anual de horas de Sol, que varia entre 2.200 e 3.000 para Portugal e, por exemplo, para Alemanha varia entre 1.200 e 1.700 h.

Estima-se, para Portugal, a existência de um total de 225.000 m² de colectores térmicos instalados, tendo o mercado uma reduzida expressão nos últimos anos, traduzida em apenas cerca de 5.000 m²/ano.

Quanto ao Fotovoltaico, as principais aplicações em Portugal centram-se nas áreas das telecomunicações, sinalização, electrificação rural e bombagem de água para irrigação.

O país, devido às suas condições climáticas, possui excelentes condições para a conversão fotovoltaica com índices de produção entre os 1000 e os 1500 kWh por ano, por cada kWp instalado.

São várias portanto vários os motivos que levam ao fraco desenvolvimento nacional desta tecnologia:

- Falta de informação específica sobre as razões do interesse e as possibilidades desta tecnologia junto dos seus potenciais utilizadores

- Elevado investimentos iniciais, desencorajando a adopção deste tipo de tecnologia

- Insuficiência e inadequação das medidas de incentivo entre outras.

Entretanto, muitos países fizeram notáveis avanços na promoção desta tecnologia já banalizada em alguns deles. Mesmo em Portugal, para além dos mais variados equipamentos importados, já existem hoje alguns colectores solares térmicos de tecnologia portuguesa, havendo indústria nacional que pode contribuir com o fabrico de equipamentos de qualidade.

No entanto, a situação do mercado em Portugal até aqui, porém, tem contrastado com a tendência de expansão que se observa na maior parte dos restantes países europeus. A título de comparação, a Alemanha ou mesmo a Grécia, cujas condições económico – sociais são bastante semelhantes às nossas, possuem mercados internos anuais de solar térmico, dezenas de vezes superiores ao nosso, com cerca de 3 milhões de m² de colectores térmicos instalados.